... suponho que você completaria com 'beijar na boca', certo? Só se for, de verdade, por aquela música da Claudia Leitte.
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Nunca tive muito problema em "falar"* sobre o que penso, especialmente sobre o que fiz ou deixei de fazer. Nunca. Mesmo. Só não sei se isso é bom ou ruim, o que não interessa no momento.
Dia dos namorados foi um dia falado, comemorado, idolatrado, odiado, praguejado. Depende do ponto de vista e de quem falamos. Confesso que não passei esse dia literalmente sozinha, porém nem namorando. Fiquei com um menino que, aliás, já havia ficado antes, ano passado. Ele não mora aqui, mas veio me ver. Fomos ao cinema, conversamos, aproveitamos(rs), rimos. Como se fossemos um casal. Como se realmente namorássemos. Ele chegou na hora do almoço e então, fomos almoçar. Na fila, uma senhora se virou para seu filho (que insistia pedindo um MC Lanche) que tinha se enfiado na minha frente e disse: "Ela tá com o namorado. Fica atrás dela".
Foi algo que me fez pensar... E muito! Eu não me arrependo, mas dessa vez, não foi algo do qual eu me orgulhei, não foi algo no qual me senti feliz e cheia de esperanças depois. Talvez por mim, talvez pela forma de como ele agiu no dia seguinte, talvez pela frieza provocada pelo MSN, por qualquer motivo que seja. Sei que não houve tantas borboletas no estômago como eu esperava. Não houve corações pulando pela garganta. Não houve nenhum sentimento além daquele de quando se revê alguém que temos um certo afeto.
Ok, ok. Minha história não importa. O que eu realmente quero (tentar) dizer é o que o 'ficar' se tornou hoje (entre suas definições como "pegar" ou "catar"). A forma como a falta de amor não atinge mais as pessoas, a forma que a maioria tem de se interessar mais por quantidade que qualidade. Posso ser cafona, ridícula, piegas, boba, ingênua, passada ou o que quer que seja, mas eu realmente sinto falta de gostar de alguém. Sabe? De ter alguém em quem pensar antes de dormir, de ter um colo sempre ali, de sussurrar baixinho "eu te amo". A falta de amar, com todas suas dores, contradições e incertezas.
Alguém me disse uma vez que eu não sei aproveitar minha adolescência, que pareci uma velha quando ela me contou que "beijou vinte em três dias de carnaval". Se for normal nos dias de hoje eu não sei, mas não é o que eu acho certo.
Sabe... Aquele lance de valores.
O que eu espero de um mundo que se acostumou com a falta de amor, com quantidade, com corpos bonitinhos, com modinhas fúteis, com aqueles que acham lindo vomitar de tanto beber, com pessoas que simplesmente não se importam? Espero, no meio dessa bagunça, que eu realmente ache alguém que possa amar, que eu saiba amar e que seja ao mesmo tempo, mágico e singelo. E espero que, um dia, as pessoas possam e saibam amar também. Com o coração, não com o corpo.
(Franciellen)
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ps: eu deixo bem claro que não tenho nada contra quem beija um, vinte, cinqüenta ou nenhum. só acredito que essas coisas só valem a pena com amor.*: eu tenho problemas em falar, as vezes, no sentido literal da coisa. Me expresso melhor escrevendo, acho. Mas nunca tive problemas em debater. É, confuso, eu sei.